quinta-feira, 15 de julho de 2010

DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ORGANIZACIONAL


Este trabalho aborda materias contextualizadas no desenvolvimento social
e organizacional, bem como especificidades no ambito da higiene e seguranca
no trabalho, suas vantagens, causas e riscos de nao cumprimento.

A formacao aliada a cultura organizacional e pro-activa da mudanca,
eleva a satisfacao no meio laboral e e considerada mobilizadora de
conhecimentos, e hoje vista como uma ferramenta de desenvolvimento em que
o seu investimento a curto, medio ou longo prazo sera uma mais valia para a
performance do trabalhador e por sua vez do empregador.

A importancia da mudanca nos dias de hoje leva a que as organizacoes se
empenhem no aperfeicoamento de medidas base que levem as mesmas a
evoluirem cada vez mais.

O desempenho e produtividade dos trabalhadores, bem como a sua
motivacao sao, aliados a seguranca com que o fazem, um dos factores chave do
sucesso.

A organizacao que zela pela seguranca e saude dos seus funcionarios
estara atenta aos riscos psicossociais que poderao estar presentes no local de
trabalho.

O Desenvolvimento Social e Organizacional e fruto da mudanca
organizacional que se verifica nas organizacoes nos dias que correm.
Esta mudanca tem uma relacao directa com os clientes, os concorrentes, os
fornecedores e os grupos regulamentares, que directa ou indirectamente fazem
parte da organizacao.

Esta relacao entre a organizacao e o exterior e mediada por um conjunto
inter-relacionado de variaveis, sendo estas, politicas, legais, demograficas,
ecologicas, sociais, economicas e tecnologicas.

Para que o processo de mudanca seja levado a cabo com o sucesso
pretendido, tem que ser antes amadurecido, ou seja, pensar e ponderar os
objectivos que pretendemos atingir e a direccao a seguir, deve ser partilhado
pela gestao de topo com os quadros e outros responsaveis pela organizacao. Ao
envolver todos os intervenientes na mudanca podemos obter deles o feedback
indispensavel ao seu aperfeicoamento e executado com grande disciplina
organizacional.

A mudanca implica, quase sempre, alteracoes na forma de organizacao do
trabalho na empresa, na procura de novos perfis de competencias e
inevitavelmente a dispensa de pessoas cujas aptidoes se tornam desnecessarias.
E aqui que entra a necessidade de formacao e a de providenciar uma
seguranca e melhoria nas condicoes de trabalho nas organizacoes.

Formação profissional

A formacao esta integrada no Projecto de desenvolvimento social e
organizacional, enquanto, e como ja foi referido anteriormente, dispositivo de
mudanca, considerado como um investimento de rentabilidade controlavel, e
presentemente e cada vez mais uma clara contribuicao para a produtividade
organizacional.

A formacao, aferida a cultura pro-activa de mudanca, sentida como fonte
de actualizacao de comunicacao e dos saberes, mobilizadora dos conhecimentos
internos e externos da organizacao, e hoje uma clara ferramenta de gestao.

A formacao, relacionada com a politica de pessoal, tal como a politica de
inovacao e desenvolvimento, considerada como essencial para todos na
mobilizacao de capacidades para as novas situacoes, e cada vez mais o meio
organizacional de referencia para a aquisicao e desenvolvimento de
competencias.

Em suma, a formacao deve ser entendida, como parte integrante do plano
de negocios da organizacao e como um investimento, que a curto, medio ou
longo prazo sera gerador de resultados.

Para diagnosticar necessidades de formacao implica a razoabilidade de
concepcao e utilizacao de modelos e metodologias integradas que
simultaneamente e de forma clara permitam:

● Conhecer os objectivos estrategicos organizacionais e pontos
facilitadores e dificultadores da sua prossecucao;
● Conhecer as mudancas ou ≪crises≫ organizacionais, ocasionadas por
alteracoes financeiras, tecnologicas ou de gestao;
● Conhecer a relacao cultural e formal entre os niveis de
planeamento e decisao e os niveis de enquadramento organizacional dos
meios humanos da empresa ou organizacao;
● Conhecer as situacoes actuais ou de previsivel problema ao nivel da
gestao integrada de recursos humanos - desempenho profissional, carreiras
formais, reconversoes e mobilidade, integracao profissional, adequacao ao
posto de trabalho;
● Conhecer os objectivos e alteracoes de curto e medio prazo das varias
areas ou sectores empresariais ou organizacionais, que irao ter especial
incidencia nos meios humanos respectivos.

Este conjunto de informacao vai-nos permitir elaborar planos de formacao
de curtos e medios prazos.

O planeamento da formacao parte agora da analise das situacoes -
problemas despistadas-macro e micro-problemas e sua hierarquizacao e
priorizacao. A elaboracao do plano, ao definir claramente os objectivos da
formacao em termos de competencias em jogo e mudancas esperadas, vai agora
contribuir para programas de cursos adaptados as verdadeiras necessidades da
organizacao.

A avaliacao da formacao, quando entendida como sistema integrador dos
varios momentos de producao da formacao –diagnostico, plano, programas,
funcionamento, aquisicoes, impactos, prolongamentos na funcao e carreira
profissional –esclarece e torna quase tangiveis os seus resultados, apesar de
serem mensuraveis tambem quantitativamente.

O orcamento e os custos de formacao, se bem que ainda inseridos
normalmente nos custos com pessoal, de acordo com a logica tradicional, se
estivermos de acordo com todo este caminho de insercao da formacao na
estrategia organizacional, deverao agora passar a estar inseridos na rubrica
Inovacao e Desenvolvimento, dado o caracter de investimentos que estes
custos tem.

Se ao Ensino compete prestar uma formacao orientada para a preparacao e
a insercao na vida activa pelo desenvolvimento de atitudes, conhecimentos e
tecnicas especificas de determinadas areas de actividade, a empresa ou
organizacao competira prestar a formacao em sala e no posto de trabalho, ou
mesmo a distancia, numa clara partilha de responsabilidades sociais na
preparacao e desenvolvimento dos cidadaos no mercado de trabalho.

Existem questoes que fazem a Formacao e Desenvolvimento transcenderse
de apenas mais uma metodologia de gestao de recursos humanos,
caminhando com esta para o desenvolvimento das competencias
organizacionais globais, questoes essas que seriam:

● Impacto organizacional em consequencia do efeito da intervencao da
formacao;
● Modificacoes comportamentais;
● Desenvolvimento de conhecimentos e capacidades atraves da
aprendizagem;
● Satisfacao pessoal na participacao nos programas de formacao;
● Aumento de comunicacao e informacao institucional no plano formal;

Segurança e melhoria das condições de trabalho

Segurança no trabalho

A Seguranca no trabalho e um conjunto de metodologias voltadas para a
prevencao de acidentes de trabalho e que toma como principal objectivo o
reconhecimento, a avaliacao e controlo dos riscos associados ao local de
trabalho e ao processo produtivo.

As avaliacoes de risco visam determinar a natureza, a origem, e os efeitos dos riscos detectados, tornando possivel a adopcao de medidas para os reduzir a niveis aceitaveis ou mesmo para os
erradicar na sua origem mantendo o bem-estar de cada um.

Com a falta de seguranca podem surgir os acidentes. E na maior parte dos
casos a falta de seguranca esta na atitude individual de cada um. Os meios
disponiveis podem ate ser os melhores, mas se nao tivermos consciencia dos
riscos que nos rodeiam ou preferirmos esquecer que eles existem (inibindo
sistemas de seguranca ou “saltando” algumas regras) tornamo-nos susceptiveis
a sofrer uma acidente ou um quase acidente logo, a seguranca depende de
todos nos.

Locais de trabalho

Luis Conceicao Freitas, entende por local de trabalho “ todo o local
destinado a implantacao de postos de trabalho, situados quer em edificios que
em outros locais da empresa ou de estabelecimento a que o trabalhador tenha
acesso no exercicio das suas funcoes.”

Estes locais devem ser seguros, e para que isso aconteca deverao estar
sujeitos a alguns condicionantes, assim ao abrigo do disposto no artigo 4.° do
Decreto-Lei n.° 347/93, de 1 de Outubro:

1.° - 1 - Os edificios onde existam locais de trabalho devem estar construidos de
forma a assegurar as necessarias condicoes de estabilidade, resistencia e
Desenvolvimento Social e Organizacional
salubridade, assim como a garantir a seguranca compativel com as
caracteristicas e os riscos das actividades que neles sejam exercidas.

2 - Na utilizacao dos edificios referidos no numero anterior nao devem ser
excedidas as sobrecargas maximas admissiveis para os pavimentos.

2.° - 1 - O pe-direito minimo dos edificios onde existam locais de trabalho e de 3
m, salvo se outro estiver estabelecido em legislacao especifica.

2 - A area minima por trabalhador e de 1,80 m2, depois de deduzidos os
espacos ocupados por moveis, objectos, maquinas e vias de circulacao, bem
como os espacos nao utilizaveis entre os diversos volumes existentes no local de
trabalho.

3 - A cubagem minima de ar por trabalhador e de 11,50 m3, podendo ser
reduzida para 10,50 m3 caso se verifique uma boa renovacao.

4 - Para determinacao da cubagem minima referida no numero anterior nao sao
considerados os volumes de moveis, maquinas ou quaisquer outros materiais
existentes no local.

5 - Os valores minimos referidos nos numeros anteriores so podem deixar de
ser respeitados por motivos inerentes ao proprio posto de trabalho, devendo,
nesse caso, dispor-se na proximidade de um espaco livre com dimensoes
suficientes para compensar essa situacao.

3.° - 1 - A instalacao electrica nao pode comportar risco de incendio ou de
explosao e deve assegurar que a sua utilizacao nao constitua factor de risco para
os trabalhadores, por contacto directo ou indirecto.

2 - A concepcao, a realizacao e o material da instalacao electrica devem respeitar
as determinacoes constantes da legislacao especifica aplicavel, nomeadamente o
Regulamento de Seguranca e Instalacoes de Utilizacao de Energia Electrica.

.° - 1 - As vias normais e de emergencia tem de estar permanentemente
desobstruidas e em condicoes de utilizacao, devendo o respectivo tracado
conduzir, o mais directamente possivel, a areas ao ar livre ou a zonas de
seguranca.

2 - Quando as vias normais ou de emergencia apresentarem risco de queda em
altura, devem existir resguardos laterais com a altura minima de 0,9 m e, se
necessario, rodapes com a altura minima de 0,14 m.

3 - A instalacao de cada posto de trabalho deve permitir a evacuacao rapida e
em maxima seguranca dos trabalhadores.

4 - O numero, a localizacao e as dimensoes das vias e das saidas de emergencia
devem atender ao tipo de utilizacao, as caracteristicas do local de trabalho, ao
tipo de equipamento e ao numero previsivel de utilizadores em simultaneo.
5 - As vias e as saidas de emergencia devem estar sinalizadas de acordo com a
legislacao sobre sinalizacao de seguranca em vigor.

6 - As vias e as saidas de emergencia que necessitem de iluminacao artificial
durante os periodos de trabalho devem dispor de iluminacao de seguranca
alternativa para os casos de avaria da iluminacao principal.

7 - As portas de emergencia nao podem ser de correr, nem rotativas, nem estar
fechadas a chave, devendo abrir sempre para o exterior de forma rapida e
facilmente acessivel a qualquer pessoa.

5.° - 1 - Os meios de deteccao e combate contra incendios devem ser definidos
em funcao das dimensoes e do tipo de utilizacao dos edificios onde estao
instalados os postos de trabalho, das caracteristicas fisicas e quimicas dos
materiais e substancias neles existentes, bem como do numero maximo de
pessoas que neles possam encontrar-se.


2 - Sempre que necessario, devem existir dispositivos de deteccao de
incendios e de alarme apropriados as caracteristicas das instalacoes, de
acesso e manipulacao faceis, caso nao sejam automaticos.

3 - O material de combate contra incendios deve encontrar-se em perfeito
estado de funcionamento e em locais acessiveis, nos termos da legislacao
especifica aplicavel, existindo durante os periodos normais de trabalho um
numero suficiente de trabalhadores devidamente instruidos sobre o seu uso.

4 - O material de combate contra incendios deve ser objecto de sinalizacao de
seguranca de acordo com a legislacao aplicavel.

6.° - 1 - Os locais de trabalho fechados devem dispor de ar puro em quantidade
suficiente para as tarefas a executar, atendendo aos metodos de trabalho e ao
esforco fisico exigido.

2 - O caudal medio de ar puro deve ser de, pelo menos, 30 m3 a 50 m3 por hora
e por trabalhador.

3 - O ar puro referido nos numeros anteriores pode ser obtido por processos
naturais ou artificiais, devendo os respectivos equipamentos ser mantidos em
bom estado de funcionamento e dispor de controlo de deteccao de avarias.

4 - O funcionamento das instalacoes de ventilacao e de ar condicionado nao
deve expor os trabalhadores a correntes de ar nocivas e deve assegurar a rapida
eliminacao da poluicao do ar respiravel.

5 - Os niveis de concentracao de substancias nocivas existentes no ar dos locais
de trabalho nao podem ultrapassar os definidos em legislacao especifica.
6 - Sempre que possivel, a captacao das substancias referidas no numero
anterior deve ser feita no seu ponto de formacao.

7 - A captacao que nao possa ser feita nos termos previstos no numero anterior
deve ser obtida por outros meios, desde que seguros e eficazes.


7.° - 1 - A temperatura e a humidade dos locais de trabalho devem ser
adequadas ao organismo humano, levados em conta os metodos de
trabalho e os condicionalismos fisicos impostos aos trabalhadores.

2 - A temperatura e a humidade das salas de convivio destinadas ao pessoal,
bem como das instalacoes sanitarias, cantinas e instalacoes de primeiros
socorros, devem estar de acordo com os fins especificos desses locais.

3 - As janelas, as claraboias e as paredes envidracadas nao devem permitir uma
excessiva exposicao ao sol, tendo em conta o tipo de trabalho e a natureza do
local de trabalho.

4 - Sempre que necessario, devem ser colocados resguardos para proteger os
trabalhadores contra radiacoes intensas de calor provocadas por tubagens,
radiadores, sistemas de aquecimento ou quaisquer outras fontes nocivas de
calor.

8.° - 1 - Os locais de trabalho devem dispor, na medida do possivel, de
iluminacao natural adequada.

2 - Nos locais de trabalho que nao possam dispor de iluminacao natural
adequada deve existir iluminacao artificial, complementar ou exclusiva, que
garanta identicas condicoes de seguranca e de saude aos trabalhadores.

3 - As instalacoes de iluminacao nao devem constituir um factor de risco para os
trabalhadores.

4 - Nos casos em que uma avaria da iluminacao artificial possa expor os
trabalhadores a riscos, deve existir iluminacao alternativa de intensidade
suficiente.

5 - Nos locais em que a iluminacao artificial produza o efeito estroboscopico,
devem observar-se as disposicoes regulamentares aplicaveis.

9.°- Os postos de trabalho devem estar instalados em locais com
isolamento termico compativel com o tipo de actividade desenvolvida e o
esforco fisico exigido aos trabalhadores.

10.° - 1 - Os pavimentos dos locais de trabalho devem ser fixos, estaveis,
antiderrapantes sem inclinacoes perigosas saliencias e cavidades.

2 - Os pavimentos, paredes e tectos devem ser construidos de forma a
permitirem a limpeza, o restauro e a pintura das suas superficies.

3 - As divisorias, transparentes ou translucidas, existentes nos locais de
trabalho, na vizinhanca destes ou nas vias de circulacao devem ser instaladas e
assinaladas de forma a evidenciar a sua presenca.

4 - As divisorias referidas no numero anterior devem ser constituidas por
materiais que nao comportem risco para os trabalhadores.

5 - O acesso a coberturas constituidas por materiais sem resistencia suficiente so
e permitido desde que sejam fornecidos equipamentos ou dispositivos que
garantam a execucao do trabalho em condicoes de seguranca, nos termos da
legislacao especifica aplicavel.

11.° - 1 - As janelas, as claraboias e os dispositivos de ventilacao devem estar
instalados e ter as caracteristicas que permitam o seu funcionamento em
seguranca.

2 - A limpeza das janelas, das claraboias e dos dispositivos de ventilacao deve
poder fazer-se sem perigo para os trabalhadores que executam essa tarefa e
para aqueles que se encontrem no mesmo edificio ou nas suas imediacoes.
12.° - 1 - A posicao, o numero, a dimensao e os materiais das portas e portoes
devem atender a natureza e tipo de utilizacao dos locais de trabalho.

2 - As portas e os portoes de correr devem ter um dispositivo de seguranca que
os impeca de saltar das calhas ou cair.

3 - As portas e os portoes de funcionamento mecanico nao devem
constituir factor de risco para os trabalhadores, devendo possuir
dispositivos de paragem de emergencia facilmente identificaveis e
acessiveis.

4 - Em caso de falha de energia, as portas e os portoes de funcionamento
mecanico devem poder abrir-se automaticamente ou por comando manual.

5 - As portas e os portoes basculantes devem ser transparentes ou possuir
paineis transparentes.

6 - As portas e os portoes com paineis transparentes que nao possuam
resistencia suficiente devem ser protegidos para nao constituirem perigo em
caso de estilhacamento.

7 - Nas portas ou portoes transparentes deve ser colocada uma marca opaca a
um nivel facilmente identificavel pelo olhar.

8 - As portas e os portoes situados em vias de emergencia devem ter sinalizacao
adequada, ser de abertura facil pela parte de dentro e poder manter-se abertos.
9 - Na imediacao de portoes destinados a circulacao de veiculos devem existir
portas para peoes, sinalizadas e permanentemente desobstruidas, se aqueles
nao puderem ser utilizados, sem risco, para esse fim.

13.° - 1 - As vias de circulacao, incluindo escadarias e escadas fixas, devem
permitir a circulacao facil e segura das pessoas e para que os trabalhadores na
sua proximidade nao corram qualquer risco.

2 - A largura minima das vias de circulacao e de 1,20 m.

3 - As vias de circulacao destinadas a veiculos devem estar distanciadas das
portas, dos portoes, das passagens para peoes, dos corredores e das escadas de
modo a nao constituirem risco para os seus utilizadores.

4 - Destinando-se as vias de circulacao, simultaneamente, ao transito de
pessoas e veiculos, a sua largura deve ser suficiente para garantir a
seguranca de uns e de outros.

5 - As vias de circulacao destinadas a pessoas devem ter iluminacao adequada e
piso nao escorregadio ou antiderrapante.

6 - Havendo perigo de quedas em altura, as vias de circulacao devem ter
resguardos laterais com a altura minima de 0,90 m e, se necessario, rodapes com
a altura minima de 0,14 m.

7 - Sempre que o tipo de utilizacao o exija, o tracado das vias de circulacao deve
estar assinalado.

8 - Havendo zonas de perigo, provocado por queda de objectos, e quaisquer
outros factores de risco, as vias de circulacao devem estar sinalizadas de forma
bem visivel, sendo o seu acesso apenas permitido a trabalhadores devidamente
protegidos contra aqueles riscos.

14.° - As escadas e as passadeiras rolantes devem estar equipadas com
dispositivos de seguranca e de paragem de emergencia, acessiveis e facilmente
identificaveis.

15.° - 1 - Os cais e as rampas de carga devem ser adequados a dimensao das
cargas neles movimentadas e permitir a circulacao facil e segura das pessoas.

2 - Os cais de carga devem ter, pelo menos, uma saida; quando o seu
comprimento for superior a 25 m e tal seja tecnicamente possivel, devem ter
uma saida em cada extremidade.

16.° - 1 - Sempre que a seguranca ou a saude dos trabalhadores o exija, deve
existir um local de descanso facilmente acessivel.

2 - O disposto no numero anterior nao se aplica quando os postos de
trabalho estiverem situados em locais que oferecam condicoes de lazer
equivalentes as dos locais de descanso.

3 - Os locais de descanso devem ter mesas e assentos de espaldar em numero
correspondente ao maximo de trabalhadores que podem utiliza-los ao mesmo
tempo.

4 - As superficies minimas dos locais de descanso sao as seguintes:
18,5 m2 ate 25 trabalhadores; 18,5 m2 + 0,65 m2 por pessoa a mais, entre 26 e 74
trabalhadores; 50 m2 + 0,55 m2 por pessoa a mais, entre 75 e 149 trabalhadores;
92 m2 + 0,50 m2 por pessoa a mais, entre 150 e 499 trabalhadores;
225 m2 + 0,40 m2 por pessoa a mais, para 500 ou mais trabalhadores;
5 - Os locais de descanso devem ter uma zona destinada a fumadores.
17.° - As mulheres gravidas e as maes lactantes deve ser proporcionado um
local onde possam estender-se e descansar em condicoes apropriadas.

18.° - 1 - Mostrando-se necessaria a existencia de vestiarios, estes devem estar
situados em local de acesso facil e ser separados ou de utilizacao separada por
sexos.

2 - Os vestiarios devem ser bem iluminados e ventilados, comunicar
directamente com a zona de chuveiros e lavatorios, quando exista, ter armarios
individuais possiveis de fechar a chave e assentos em numero suficiente para os
seus utilizadores.

3 - No caso de haver mais de 25 trabalhadores, a area ocupada pelos vestiarios,
chuveiros e lavatorios devera corresponder, no minimo, a 1 m2 por utilizador.

4 - Quando as condicoes de trabalho o exigirem, nomeadamente no caso de
exposicao a substancias toxicas, irritantes, infectantes, a humidade e a sujidade,
os armarios devem ser duplos, de forma a permitir a separacao das
roupas de uso pessoal e de trabalho.

5 - Nao sendo necessarios vestiarios, cada trabalhador deve dispor de um outro
espaco destinado a arrumacao da sua roupa e objectos de uso pessoal.

19.° - 1 - Quando o exija o tipo de actividade ou a salubridade, deve haver
chuveiros, na proporcao de 1 por cada 10 trabalhadores que possam vir a
utiliza-los simultaneamente, com agua quente e fria, separados ou de utilizacao
separada por sexos.

2 - Os chuveiros devem estar instalados em local com dimensoes suficientes
para os trabalhadores poderem cuidar da sua higiene pessoal em condicoes
aceitaveis e seguras.

3 - Nao sendo exigivel a existencia de chuveiros nos termos do n.‹ 1, os locais de
trabalho devem dispor de um numero de lavatorios de acordo com a proporcao
e condicoes estabelecidas no citado preceito.

20.° - 1 - Os postos de trabalho, os locais de descanso e os vestiarios devem ter,
na sua proximidade, instalacoes sanitarias separadas ou de utilizacao separada
por sexos em numero suficiente.

2 - As retretes devem ser instaladas em compartimentos com as dimensoes
minimas de 0,80 m de largura por 1,30 m de profundidade, com tiragem de ar
directa para o exterior e com porta independente a abrir para fora, provida de
fecho.

3 - As divisorias que nao forem inteiras devem ter a altura minima de 1,80 m e o
espaco livre junto ao pavimento, caso exista, nao pode ser superior a 0,20 m.
4 - Nas instalacoes sanitarias devem existir lavatorios e retretes em numero
suficiente.

21.° - 1 - O numero de instalacoes de primeiros socorros em cada local de
trabalho e determinado em funcao do numero de trabalhadores, do tipo
de actividade e da frequencia dos acidentes.

2 - As instalacoes devem ter os equipamentos e o material indispensaveis ao
cumprimento das suas funcoes, permitir o acesso facil a macas e ter sinalizacao
de seguranca, de acordo com a legislacao aplicavel.

3 - Sem prejuizo do disposto no numero anterior, em todos os locais onde as
condicoes de trabalho o justifiquem, deve existir material de primeiros socorros
de facil acesso e devidamente sinalizado.

22.° - Os locais de trabalho devem ser concebidos tendo em conta, se for caso
disso, os trabalhadores deficientes, nomeadamente no que respeita aos postos
de trabalho, portas, escadas e outras vias de comunicacao e instalacoes
sanitarias.

23.° - 1 - Os locais de trabalho ao ar livre devem, na medida do possivel, ser
concebidos de forma que os trabalhadores fiquem protegidos contra niveis
sonoros e influencias atmosfericas nocivos, poluicao do ambiente e, se for caso
disso, contra a queda de materiais e objectos.

2 - Os locais de trabalho ao ar livre devem permitir que os trabalhadores
possam, em situacao de emergencia, abandona-los e ser rapidamente
socorridos.”

Equipamentos de trabalho

Podemos definir por equipamentos de trabalho ferramentas,
instalacoes, maquinas ou qualquer aparelho utilizado com o objectivo de
realizar uma determinada tarefa/ funcao.

A entidade empregadora tem o dever de providenciar equipamentos que
cumpram os requisitos necessarios para a seguranca dos utilizadores, assim
como aferir a adaptacao dos equipamentos ao trabalho a efectuar, atender as
posturas de trabalho e aos principios de ergonomia, adaptar os equipamentos
as especificidades do trabalho e garantir a devida manutencao.

Em contra partida, cabe ao trabalhador com competencias e formacao
adequada zelar pela manutencao, limpeza e conservacao necessarias ao bom
funcionamento do equipamento.

Em suma, todos os equipamentos de trabalho devem obedecer a regras de
instalacao e utilizacao de forma a reduzir os riscos e a serem utilizados apenas
em condicoes apropriadas.

Equipamento de protecção colectivo

Consiste numa serie de medidas de proteccao voltadas para o
conjunto de trabalhadores, que tem por objectivo afasta-los do risco ou interpor
barreiras entre estes e o risco. Dentro destas proteccoes, consideram-se as
normas de seguranca e de sinalizacao.

As medidas de proteccao colectiva devem ser adoptadas prioritariamente,
recorrendo as medidas de proteccao individual unicamente no caso de ser
impossivel qualquer outra alternativa.

Equipamentos de protecção individual (EPI)

Entenda-se por EPI todos os dispositivos de uso pessoal destinados a
proteger a integridade fisica e a saude do trabalhador, estes sao utilizados
quando nao e possivel adoptar medidas de seguranca de ordem geral, para
garantir a proteccao contra os riscos de acidentes e doencas profissionais.
Os EPI’s sao barreiras contra o risco e a importancia da sua utilizacao
prende-se com o facto de estes serem um”meio” ao dispor de cada trabalhador
para evitar ou diminuir uma lesao. Os EPI’s nao evitam necessariamente os
acidentes de trabalho, apenas diminuem ou evitam lesoes que podem decorrer
dos mesmos.
Existem EPIs para proteccao de praticamente todas as partes do corpo.
Vejamos alguns exemplos:
● Cabeça e crânio: capacete de seguranca contra impactos, perfuracoes,
accao dos agentes meteorologicos etc.
● Olhos: oculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a
conjuntivite. E utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto de
estilhacos e limalhas.
● Vias respiratórias: protector respiratorio, que previne problemas
pulmonares e das vias respiratorias, e deve ser utilizado em ambientes com
poeiras, gases, vapores ou fumos nocivos.
● Face: mascara de solda, que protege contra impactos de particulas,
respingos de produtos quimicos, radiacao (infravermelha e ultravioleta) e
ofuscamento.
● Ouvidos: Auriculares, que previne a surdez, o cansaco, a irritacao e
outros problemas psicologicos. Deve ser usada sempre que o ambiente
apresentar niveis de ruido superiores aos aceitaveis, de acordo com a norma
regulamentadora.

● Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele, choque
electrico, queimaduras, cortes e raspoes e devem ser usadas em trabalhos
com solda electrica, produtos quimicos, materiais cortantes, asperos,
pesados e quentes.
● Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento contra
electricidade e humidade. Devem ser utilizadas em ambientes humidos e em
trabalhos que exigem contacto com produtos quimicos.
● Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de produtos
quimicos, choque electrico, queimaduras e cortes.
Segundo a lei os EPIs devem ser aprovados pelo Ministerio do Trabalho,
mediante certificados de aprovacao (CA). Cabe as entidades patronais fornecer
gratuitamente os EPI’s aos trabalhadores assim como as instrucoes para a sua
utilizacao. Por outro lado, existe por parte dos empregados, a obrigacao de usar
e manter em bom estado os equipamentos de proteccao individual que lhe
forem atribuidos, assim como os demais meios destinados a sua seguranca.

Sinalização de Segurança

Devem existir formas de aviso e informacao rapida, no interior e
exterior das instalacoes da Empresa, que possam auxiliar os seus colaboradores
a actuar em conformidade com os procedimentos de seguranca.
Existe com esse objectivo um conjunto de simbolos e sinais universais
especificamente criados para garantir a facil compreensao dos riscos ou dos
procedimentos a cumprir nas diversas situacoes laborais que podem ocorrer no
interior de uma Empresa ou em lugares publicos.
A entidade empregadora devera promover a informacao e formacao aos
seus colaboradores de modo a que estes interiorizem a correcta significacao dos
mesmos e actuem em conformidade.

Cores
Formas/Significado
Vermelho Proibicao _________ Material de combate a incendio
Amarelo ________ Atencao Perigo ___________
Verde ________ ________
Ausencia de perigo
Primeiros socorros
Saidas de emergencia
Azul Obrigacao _________ Informacao ou instrucao
Figura 1: Combinacao de Formas e de cores e seu significado nos sinais (in 2,
pag.145).

Plano de Emergência Interno (PEI)

Pode-se definir por PEI, como linha orientadora de actuacao em caso
de emergencia que obrigue a uma evacuacao que se quer rapida e ordenada.
Este plano devera ser detalhado e prever todas as situacoes de possivel perigo
definindo claramente procedimentos e responsabilidades.

Higiene no Trabalho

Decorrente do constante desenvolvimento industrial, quer a nivel de
metodos, quer a nivel de produtos, o individuo ve-se, a todo o momento,
exposto no seu ambiente de trabalho a uma serie de novos agentes fisicos,
biologicos e quimicos que poderao consistir factores de risco para a sua saude e
fazer surgir doencas profissionais.
Assim, a Higiene do Trabalho e o conjunto de metodologias nao medicas
necessarias a prevencao das doencas profissionais, tendo como principal campo
de accao o controlo da exposicao aos agentes fisicos, quimicos e biologicos
presentes nos componentes materiais do trabalho (Livro Verde dos Servicos de
Prevencao, 1997).
Esta abordagem assenta fundamentalmente em tecnicas e medidas de
reconhecimento, avaliacao e controlo de riscos que incidem sobre o ambiente de
trabalho.
Posto isto, segundo a Dow Chemical (1998) pode-se determinar os graus
de exposicao aos agentes consoante a frequencia de contacto e o tipo de agente
em questao com base na seguinte tabela:

Grau Descrição
0
Efeitos reversiveis pouco preocupantes ou nao conhecidos.
Nao ha suspeitas de efeitos adversos para a saude.
1 Efeitos na saude preocupantes – reversiveis
2 Efeitos para a saude severos – reversiveis (agentes altamente irritantes)
3
Efeitos para a saude preocupantes – irreversiveis
(corrosivos, sensibilizantes, carcinogenico animal)
4
Perigo de morte, pode causar doenca/lesao incapacitante
(carcinogenico humano suspeito ou confirmado)
Figura 4: Grau de exposicao aos agentes (Dow Chemical, 1998) (in 2, pag. 178)

Higiene e Segurança do Trabalho no Serviço Administrativo

Durante muito tempo a seguranca no trabalho foi vista como uma
materia que se relacionava apenas ao uso de capacetes, botas, cintos de
seguranca e uma serie de outros equipamentos de proteccao individual (EPI’s)
contra acidentes.
Entao, como aparentemente nao ha com que nos preocuparmos com
seguranca no interior de um escritorio esta foi sempre remetida para um plano
secundario, quase inexistente. No entanto, apesar de parecerem locais seguros e
sem riscos, os escritorios registam cerca de 70% dos casos de doencas
profissionais e ou ocupacionais como Lesoes por Esforcos Repetitivos, Lesoes
por traumas Cumulativos ou Disfuncoes Osteomoleculares Relacionadas com o
Trabalho.

Factores de risco para a saúde

Ao executarmos uma tarefa somos alvo de uma serie de constrangimentos
que podem ser materiais ou psiquicos e tem a ver com condicoes ambientais,
profissionais ou mesmo com a vida privada.
Do mesmo modo que um elevado numero de constrangimentos no
trabalho podem dar origem a pressao psicologica e stress, o contrario pode
tambem consistir um problema na medida em que podera dar origem a falta de
prevencao e vigilancia ou mesmo os disturbios cardiacos, vasculares e
obesidade se se falar em profissoes mais sedentarias como as que estao
relacionadas com o servico administrativo.
Os factores de risco podem ser fisicos, quimicos, biologicos, ergonomicos
ou psicossociais dos quais interessa salientar aqueles onde e imperativo actuar
com mais afinco no caso do servico administrativo.

Falamos dos factores fisicos em que e necessario ter em conta condicoes como a temperatura ou a
ventilacao do local de trabalho, Ergonomicos com o combate a posturas
de trabalho incorrectas e a movimentos repetitivos, e Psicossociais que
englobam relacoes entre individuos, falta de motivacao, autonomia, etc.

Iluminação

Uma iluminacao adequada e um factor de grande importancia em
qualquer desempenho profissional e deve ser ponderado com a maior das
diligencias na medida em que e ela que assegura, muitas vezes, o bom
funcionamento de qualquer unidade prevenindo acidentes de trabalho ou
outros riscos como a fadiga ocular, a fadiga visual ou ate encadeamentos.
Uma iluminacao de qualidade devera ser, preferencialmente, natural e, se
tal nao for possivel, devera haver uma iluminacao suplementar mas dever-se-a
ter sempre em conta o tipo de iluminacao, a distribuicao de lampadas,
contrastes e harmonizacao das cores, etc.

Ventilação e qualidade do ar

Outro factor que deve ser monitorizado e a qualidade do ar. A ventilacao
podera ser feita natural ou artificialmente e, cada vez mais se recorre a meios
mecanicos de ventilacao para reporem os niveis de oxigenio e eliminarem ou
reduzirem a concentracao de substancias nocivas na atmosfera com o intuito de
melhorar as condicoes de trabalho e providenciar uma quantidade de ar puro
suficiente para o numero de trabalhadores em funcoes. Neste seguimento, ha
que proceder a manutencao e limpeza frequentes destes equipamentos de
forma a garantir o seu bom funcionamento.

Ergonomia /Riscos ergonómicos

A ergonomia e a ciencia que estuda a adequacao das condicoes de
trabalho as caracteristicas psicofisiologicas dos trabalhadores de modo a
proporcionar um maximo de conforto, seguranca e desempenho eficiente.
Os riscos ergonomicos poderao ter como consequencias problemas
vasculares nos membros inferiores assim como lesoes musculo-esqueleticas.

Riscos Ergonómicos Exemplos

Postura Incorrecta Sentado na secretaria
Transporte manual de cargas Deslocar objecto de um local para outro
Ferramentas manuais Utilizacao de tesoura
Esforco fisico Pegar em alguem ao colo
Movimentos repetitivos Utilizacao do teclado do computador

Posturas de trabalho

A postura pode ser considerada como a posicao relativa dos varios
elementos do corpo de um individuo em relacao ao tipo de actividades que
desenvolve.
As posturas adoptadas no desenrolar das actividades constituem a
principal causa de problemas de coluna. Isto acontece porque na maioria dos
casos os trabalhadores mantem as pernas rectas e “dobram” a coluna vertebral.
Pode ainda ocorrer outra situacao ou movimento perigoso. A rotacao
excessiva do tronco, aquando da movimentacao, levantamento ou abaixamento
da carga.

O corpo humano nunca adopta posturas perfeitamente estaticas –
como corpo vivo que e, realiza reajustamentos constantes que lhe
permitem a manutencao de uma determinada postura corporal.
A postura corporal poder-se-a entao definir como sendo a capacidade que
um determinado corpo possui, para manter um certo alinhamento
intersegmental (entre os diversos segmentos corporais) sem consequencias
nocivas para a saude ou seguranca.

A postura corporal normalmente envolve duas variaveis distintas:
1. As caracteristicas anatomicas e fisiologicas do individuo
2. Tipo de actividade.
As posturas incorrectas resultam de diversos tipos de tarefas mais ou
menos frequentes em muitos sectores de actividade, desde a industria pesada,
passando pelo sector da saude, hotelaria, restauracao, comercio e servicos.
Quando os trabalhadores executam permanentemente tarefas num posto
de trabalho mal dimensionado ou que os obrigue a adoptar posturas
incorrectas, em muitos casos, comecam a surgir precocemente sintomas de
fadiga fisica, lesoes, ou outros traumatismos.
Sao exemplo de lesoes dorso lombares: contusoes, feridas, fracturas, cortes
e sobretudo lesoes diversas de ordem musculo-esqueleticas.
As lesoes dorso lombares podem originar hernias discais, assim como
fracturas vertebrais devidas a esforcos muito grandes associados a posturas
incorrectas.
Numeros da OIT (organizacao internacional do trabalho) referem que a
movimentacao manual de cargas associadas as posturas inadequadas nos locais
de trabalho e uma das causas mais frequentes de acidentes de trabalho com
uma percentagem de sensivelmente 20 a 25% do total dos acidentes de trabalho

As posturas normalmente sao adoptadas em funcao de alguns
parametros ou exigencias, tais como:
● Visuais;
● Precisao de movimentos;
● Forca necessaria para desenvolver a tarefa;
● Espaco onde actua o trabalhador;
● Ritmo de execucao da tarefa.
E necessario ter sempre presente que quando se adopta uma postura ou
realiza um simples movimento, entram em accao um grande numero de
musculos, ligamentos e articulacoes em simultaneo.
Para alem das tensoes musculares, alguns movimentos ou posturas
incorrectos obrigam a um dispendio energetico muscular excessivo e a uma
sobrecarga pulmonar e cardiaca.
E importante que no decorrer das suas tarefas, os trabalhadores tentem
manter os diferentes musculos, ligamentos e articulacoes em posicoes
confortaveis. Adicionalmente, as curvaturas naturais da coluna devem ser
“respeitadas” durante a execucao do trabalho. Posturas anomalas ou
movimentos bruscos podem lesar os discos intervertebrais, as articulacoes, os
ligamentos e nervos, provocando dor ou outras perturbacoes.
Uma ma postura ou postura incorrecta pode ser definida como sendo
aquela que possibilita o aparecimento de uma incapacidade, determinada dor
ou patologia. E necessario ter em consideracao que os diferentes individuos
possuem tambem diferentes susceptibilidades de contrair as diferentes
patologias.
A postura e determinada pelo sistema locomotor. Este e responsavel pelo
deslocamento e pelos diferentes movimentos do corpo no espaco. Todo e
qualquer movimento, por menor que seja, requer a participacao do
sistema locomotor, mesmo em repouso ou numa posicao estatica.

Sintomatologia derivada das posturas e movimentos incorrectos:
Estádio 1
Sensacao de peso, adormecimento (sensacao de formigueiro) e desconforto
em areas especificas. Podem ocorrer dores ocasionais, durante as actividades
mais intensas (no trabalho ou fora dele). Regra geral, este tipo de sintomas cessa
apos descanso de horas ou dias.
Estádio 2
Neste estagio a dor e mais persistente e localizada. Geralmente, a dor
torna-se mais intensa durante periodos de actividade mais intensos. Mesmo
com periodos de descanso, a dor pode permanecer ou reaparecer
inesperadamente. Apesar disso, o quadro clinico ainda nao e considerado muito
grave, exemplo: dores nos pulsos ou inicio de tendinites.
Estádio 3
O quadro clinico correspondente a este estadio e bastante grave. A doenca
pode prolongar-se por varios meses ou ate anos. Caracteriza-se pelas dores
cronicas que por vezes nao cessam com o repouso ou atraves de medicamentos;
a dor e espontanea e mais ou menos permanente. Geralmente pode haver
perturbacao do sono. As dores sentidas pelos pacientes podem tornar-se
insuportaveis e provocar pontadas, choques, perdas de forca, etc.
Estádio 4
Este estadio e caracterizado por dores agudas e constantes. Por vezes, as
dores tornam-se insuportaveis atingindo outras partes do corpo. Os
trabalhadores perdem a forca e o controlo de determinados movimentos.

Localizacao das patologias de acordo com as diferentes posturas
inadequadas:
Postura de trabalho Localização da Patologia
Trabalho em pe, imovel
Pes e pernas: possivelmente varizes e
inchacos nos pes e tornozelos
Sentado, direito e sem suporte para as
costas
Musculos extensores das costas: dores
lombares e afeccoes circulatorias dos
membros inferiores
Assento demasiado alto Joelho; barriga das pernas; pe
Tronco curvado para a frente quando
sentado ou de pe
Regiao lombar: deterioracao dos
discos intervertebrais
Bracos estendidos, para os lados, frente
ou para cima
Ombros e braco: possivelmente
inflamacao ao nivel dos ombros
Cabeca excessivamente inclinada para
tras ou para a frente
Pescoco: deterioracao dos discos inter
vertebrais
Manipulacao nao natural de
ferramentas
Antebraco: possivel inflamacao dos
tendoes
Joelhos dobrados ou no chao
Inchacos: calosidades; afeccoes nos
tecidos internos
Efeitos fisicos decorrentes de posturas de trabalho (in 2, pag 245)
Regras de boas praticas para melhorar a atitude postural:
● Fortalecimento da musculatura abdominal e dorsal atraves do exercicio
fisico;
● Exercicios posturais;
● Adequacao do peso atendendo ao indice de massa corporal
recomendado para os diferentes individuos;
● Formacao e informacao dos trabalhadores relativamente a
movimentacao manual de cargas e tipos de movimentos adequados ao
seu trabalho;
● Se necessario utilizar acessorios, como por exemplo, uma cinta de
proteccao lombar.
Boas praticas para corrigir posturas:
● Pés: sao os principais responsaveis pela locomocao e equilibrio do nosso
organismo. Deve procurar-se uma boa base de forma a obter-se o equilibrio e
maior seguranca e firmeza na postura do corpo. Os trabalhadores devem
procurar alternar entre as posicoes de sentados e de pe. Quando o tipo de
trabalho obrigar a permanencia da posicao de pe durante muito tempo, o ideal
e variar a sustentacao do peso entre os dois pes, mas nao de forma prolongada,
para evitar fadiga e tensao. Nao se deve colocar o peso apenas sobre os
calcanhares ou sobre os dedos.
● Pernas: sao muito importantes para a ajudar a fixar e sustentar o corpo.
As pernas nunca sofrem um relaxamento completo. No entanto, elas devem
ficar flexiveis, nunca completamente “rigidas”, de modo a estarem
constantemente prontas para o movimento. Nao se deve apoiar todo o peso do
corpo somente numa perna, pois havera uma forte tendencia para o
desequilibrio. Para ajudar a resolver a tensao nas pernas e pes, podem-se fazer
alguns exercicios, como por exemplo, pequenos alongamentos nesta regiao.
● Quadris: devem estar equilibrados, evitando que um lado esteja mais
elevado que o outro. Porem, uma leve alternancia ou movimentacao ajuda a
relaxar esta regiao, pois nao e desejavel que esteja completamente rigida e
estatica.
● Abdómen: o abdomen devera encontrar-se numa posicao neutra (nao
deve estar exageradamente projectado para dentro ou para fora). Devem-se
evitar tensoes excessivas neste local, pois a musculatura desta regiao e de
extrema importancia para controlar a respiracao - imprescindivel para o
bom desempenho das tarefas.
● Costas: devera manter-se a coluna direita de forma nao muito rigida
favorecendo a sua saude e bom desempenho da estrutura ossea, tendoes e
articulacoes. A manutencao de coluna numa posicao vertical melhora ainda as
condicoes da expansao do torax, e consequentemente, auxilia todo o processo
de respiracao. Independentemente do tipo de actividades que sao
desenvolvidas, as costas devem permanecer equilibradas, sem inclinacoes
exageradas.
● Tórax: deve procurar-se manter o torax numa posicao relaxada,
evitando-se assim, qualquer contraccao muscular excessiva de modo para
facilitar a respiracao e os movimentos cardiacos.
● Ombros: os ombros devem estar descontraidos, isentos de fontes de
tensao. Qualquer rigidez nesta regiao pode comprometer a accao dos musculos
do torax e pescoco, interferindo directamente na coluna e consequentemente na
capacidade de movimentos. Os ombros deverao encontrar-se numa posicao
neutra (nem voltados para frente, nem para tras, nem para baixo e muito menos
para cima). A rigidez local pode comprometer toda a postura e provocar alguns
disturbios. Para se evitarem algumas lesoes (especialmente quando o trabalho
envolve posturas estaticas) devem ser feitos alguns exercicios de relaxamento
para os ombros e coluna.
● Braços e Mãos: devem estar caidos livremente ao longo do corpo ou
sobre a bancada de trabalho de forma natural e relaxada; deverao estar tao
livres quanto possivel. Devem ser evitados movimentos desnecessarios, como
por exemplo: colocar os bracos atras das costas, ou ainda movimentar as maos
torcendo-as. Este tipo de movimentos causa uma grande tensao nos bracos e no
torax acabando por interferir na accao dos restantes musculos do corpo.

Ter sempre o cuidado, de manter os ombros e bracos relaxados, para
evitar tensoes no pescoco e cabeca.
Na realidade, as maos sao essenciais em quase todos os tipos de trabalho.
Desta forma ha que ter em conta ainda as seguintes recomendacoes:
● Reduzir ao maximo a distancia entre a tarefa e o tronco,
● Remover obstaculos existentes na bancada/posto de trabalho que
possam impossibilitar o movimento normal das maos no decorrer das
diferentes tarefas;
● Colocar sempre os utensilios e ferramentas de trabalho numa posicao
bem acessivel de modo a evitar movimentos bruscos quando for necessario
alcanca-los;
● Dispor de ferramentas/utensilios ergonomicos e versateis.
● Cabeça: deve estar centrada e em posicao de equilibrio (relativamente
aos ombros e coluna). O olhar deve fixar-se na direccao da tarefa que esta a
executar, e o queixo deve estar em angulo recto com a cabeca. Quando as
pessoas “enterram” a cabeca no torax ou alongam o pescoco para cima,
dificultam os movimentos da nuca e pescoco, causando naturalmente tensoes
que se podem transmitir a coluna.

Trabalhos realizados na posição sentado

Hoje em dia sao inumeros os trabalhos que implicam o trabalho na
posicao sentado. Esta posicao de trabalho e normalmente adaptada em
trabalhos que nao necessitam de grande forca fisica e podem ser realizados
numa area limitada (normalmente secretaria, balcao ou bancada de trabalho).
Esta posicao exige uma actividade muscular bastante intensa por parte da
coluna vertebral e do abdomen. O consumo energetico nesta posicao e inferior
relativamente a posicao de pe. A maior parte do peso do corpo e suportada
pelas nadegas e coxas.
Os assentos e cadeiras devem por isso possibilitar
pequenas mudancas na postura adoptada de modo a retardar o
aparecimento da fadiga. Na posicao de sentado, o peso das pernas deve ser
transmitido a superficie de apoio no solo atraves dos pes.
Regra geral, a posicao de sentado e mais confortavel e bastante menos
cansativa.
No entanto, a permanencia nesta posicao por longos periodos de
tempo tambem nao e benefica, sobretudo para a coluna que sofre normalmente
uma ligeira curvatura e para as pernas que se encontram flectidas e isentas de
movimento. Desta forma, facilmente se conclui que, se possivel, quem
habitualmente trabalha sentado deve alterar de posicao.
O layout, equipamento / ferramentas e mobiliario tem neste tipo de
trabalhos um papel muito importante na prevencao e minimizacao de riscos
profissionais.
A concepcao do posto de trabalho no respeitante aos trabalhos na posicao
de sentado, deve por isso, obedecer a uma serie de requisitos, nomeadamente:
● Devemos poder conseguir alcancar todos os objectos e ferramentas de
que necessitamos para executar as tarefas sem ter que efectuar movimentos
bruscos ou efectuar grandes extensoes dos bracos ou maos,
● Dever-se-a adoptar uma posicao que permita que a coluna vertebral se
mantenha numa posicao recta relativamente as coxas,
● A mesa (bancada ou superficie de trabalho) deve ser concebida de modo
a estar mais ou menos nivelada pelos cotovelos e antebracos, de modo a evitar
pressoes desnecessarias,
● Caso haja necessidade de utilizacao de electricidade, a mesa ou bancada
de trabalho devem possuir tomadas de modo a evitar a passagem de fios
atraves do chao,
● A posicao da cabeca deve ser neutra –erecta pois a flexao ou
extensao podem provocar diversas lesoes no pescoco, cabeca e coluna
enquanto estamos a olhar para a tarefa que realizamos,
● Os ombros nao devem estar sujeitos a pressoes,
● A cadeira devera ser bastante confortavel. Devera permitir a regulacao
dos apoios dos bracos, costas e assento.
● Deve evitar-se uma postura incorrecta muito comum, ou seja, o
deslizamento anterior da bacia, que provoca uma curvatura na coluna, e
consequentemente, aumento da tensao nos ligamentos espinais posteriores.
● Evitar a concentracao de pressoes excessivas causadoras de desconforto
nas zonas apoiadas nas cadeiras (coluna vertebral, nadegas e coxas) –estas
podem provocar dificuldades ao fluxo sanguineo e contraccoes musculares.

Quedas

Todos os anos se regista um elevado numero de pessoas que se magoa
quando escorregam, tropecam ou caem no trabalho.
Para evitar quedas
● Limpe e enxugue imediatamente qualquer derrame
● Isole as areas molhadas ate que estejam totalmente secas
● Mantenha os acessos e areas de trabalho limpas e livres de caixas ou
outros objectos que possam provocar acidentes.
● Verifique se os tapetes estao soltos e corrija os pisos irregulares.
● Elimine extensoes e cabos soltos pelo chao.
● Nunca improvise escadas com caixas, prateleiras ou cadeiras.
● Use sempre um escadote ou escada
● Verifique se o escadote ou a escada estao em perfeitas condicoes antes
de usa-los.
● Feche as gavetas quando nao estiverem em utilizacao.
A promocao da seguranca, conforto e saude no trabalho deve traduzir-se
numa intervencao global e integrada, envolvendo todos. E necessaria harmonia
ao nivel da organizacao e adaptacao, de forma a aumentar o conforto e a
seguranca do trabalho.

Equipamentos dotados de visor

A utilizacao de equipamentos dotados de visor tem como
consequencias mais evidentes as perturbacoes visuais.
Os computadores tem a caracteristica impar de, nunca na historia da
humanidade, uma maquina esteve presente na vida profissional de um numero
tao grande e diversificado de trabalhadores. Em relacao ao seu uso eis os riscos
ergonomicos mais comuns:
● Postura inadequada.
● Utilizacao de mobiliario inadequado
● Imposicao de ritmo excessivo
● Jornada de trabalho prolongada
● Monotonia e repetitividade
Regras basicas para usuarios de computadores:
● O monitor deve ter a parte superior ao nivel dos olhos
● A distancia entre o monitor e o operador deve ser de 50 a 70 cm, o
equivalente a extensao do braco.
● Evitar contrastes entre o ecra e a luz natural ou artificial
● Ajustar o monitor de maneira a evitar os reflexos da iluminacao
● Os pes devem estar apoiados no chao ou em um suporte
● Os pulsos devem estar relaxados porem sem estarem flexionados
● Se ha entrada de dados deve-se usar suporte para os documentos
● O usuario deve fazer pausas regulares para descanso
Dores de cabeca e irritacao nos olhos sao sintomas tambem relacionados
ao uso do computador decorrentes da fadiga visual.

Medidas de Prevenção

Nos postos de trabalho onde estao a ser utilizados equipamentos de visor,
os trabalhadores devem conhecer todas as suas medidas respeitantes a sua
seguranca e saude quando utilizarem os mesmos.
Estes equipamentos nao podem ser considerados de risco e como tal, os
postos de trabalho onde permanecem devem cumprir os criterios ergonomicos
e funcionais, de modo a garantirem a saude dos trabalhadores.
Para minimizar os riscos envolventes, os trabalhadores devem, no inicio
da actividade e durante a mesma, periodicamente, serem avaliados atraves de
um exame medico especifico adequado a visao.
Sempre que necessario, os equipamentos referidos devem ser corrigidos
para puderem ser utilizados diariamente pelos trabalhadores.

Fadiga

A fadiga pode ser entendida como um conjunto de alteracoes que
ocorre no organismo, resultantes de actividades fisicas ou mentais e que levam
a uma sensacao generalizada de cansaco. E consequencia directa da fadiga a
perda de eficiencia, ou seja, a diminuicao da capacidade de trabalho.
Alguns dos sintomas mais comuns da fadiga a nivel individual sao: dores
de estomago, insonias, pressao sanguinea elevada, irritabilidade e estado
depressivo. A nivel da empresa representa uma diminuicao da motivacao;
percepcao e atencao; capacidade de raciocinio prejudicada; menor desempenho
em actividades fisicas e mentais.
Lesões Músculo-Esqueléticas (LME)
As lesoes Musculo-Esqueleticas sao na sua maioria de origem profissional,
sao doencas relacionadas com o trabalho continuo e repetitivo. “Estas doencas
afectam o sistema musculoesqueletico, nervoso periferico ou neurovascular,
que ocasionadas ou agravadas pelo exposicao ocupacional a riscos
ergonomicos”. (Niosh)
Factores de risco
Exemplos de alguns factores de risco que se encontram associados aos
aspectos fisicos do trabalho:
● Elevada repeticao de movimentos
● Movimentacao manual de cargas
● Posturas incorrectas
● Deficiente concepcao do posto de trabalho
● Utilizacao de forca
● Tensao
● Gestos que implicam impacto

E aos aspectos associados a organizacao do trabalho:
● Trabalho monotono
● Ausencia de pausas
● Fadiga
● Manutencao na mesma posicao por tempo excessivo
● Trabalho repetitivo
● Factores psicossociais (Stress, ausencia de satisfacao laboral, etc...)
Lesões Musculares mais frequentes
Entre estes riscos musculares podemos destacar as lesoes Musculoesqueleticas
(LME) mais frequentes:
● Alteracoes Tendinosas (Tendinite, Epicondilite, Sindrome de Quervain);
● Alteracoes nervosas (Sindrome do tunel Carpico);
● Alteracoes Circulatorias (Sindrome de Reynaud);
● Alteracoes Musculares (Mialgias, contraturas);
● Alteracoes nas articulacoes e tecidos adjacentes (osteoartroses, bursites)

Riscos Psicossociais

A nivel laboral, varios estudos tem demonstrado que as condicoes em
que se desempenha um posto de trabalho, a oportunidade de controlo, a
adequacao entre as exigencias do cargo e as capacidades da pessoa que o
desempenha, as relacoes interpessoais, a remuneracao e a seguranca fisica, entre
outros, sao factores de relevo para o bem estar psicologico dos trabalhadores e
para a sua saude mental.
Ao referirmos os factores psicossociais de risco para a saude mental
pretendemos salientar que as variaveis psicologicas relacionam-se com o
ambiente social. Alguns estudos demonstram que os comportamentos e as
respostas do individuo ao ambiente parecem relacionar-se com o risco da
doenca, mas estao inseridos num contexto social.
Alguns autores referem que os factores psicologicos, conferem riscos para
a manutencao da saude mental, atraves do comportamento e da emocao. O
stress no trabalho, a vulnerabilidade ao stress, a nao satisfacao do trabalho, a
fadiga cronica, a ansiedade, o neuroticismo, a extroversao e o auto-conceito,
parecem fazer-se acompanhar de um desconforto emocional significativo e
podem aumentar a probabilidade do individuo desenvolver problemas de
comportamento.
Stress
O stress tem sido definido de varias formas: Como esforco para manter as
funcoes essenciais ao nivel requerido; Como informacao que o sujeito interpreta
como ameaca de perigo; Como frustracao e ameaca que nao pode reduzir-se ou
como impossibilidade de predizer o futuro.
No ambito da psicologia, diversos autores tem definido o stress como um
conjunto de forcas externas que produzem efeitos transitorios ou permanentes
sobre a pessoa.
Palavra proveniente do ingles, que significa pressao, usada para
abranger todo o espectro de doencas fisicas e psicologicas provenientes de
situacoes prolongadas e dificeis.
O termo passou a ser usado para descrever a vida angustiante nos centros
urbanos, ou qualquer ocupacao em que se tenha muita responsabilidade.
O stress e o conjunto de reaccoes fisicas e psiquicas do organismo a
diversos factores de agressao externa e as emocoes que sentimos, que vai
exigindo uma serie de mecanismos sucessivos de adaptacao.
Todos nos precisamos de algum stress para nos sentirmos motivados para
as tarefas do dia-a-dia e sem ele, efectivamente, o tedio tomaria conta das
nossas vidas. Alem disso, o stress representa tambem uma resposta util do
nosso organismo, que ao fazer ásoarâ uma especie de alarme ou mecanismos de
defesa diz-nos quando estamos menos preparados para responder a essas
solicitacoes diarias.
Naturalmente que o nivel minimo de stress de que cada individuo precisa
e relativo, ja que cada pessoa apresenta, face a uma situacao que o ameaca, um
limiar de reaccao que lhe e proprio e que depende do estado de saude, das
experiencias passadas, da estrutura da sua personalidade e do grau de
integracao social.
No entanto, seja em que circunstancia for, um stress intenso e prolongado
tem sempre consequencias negativas. Como a duracao e tambem um elemento
importante na resposta ao stress, alguns áhabituam-seâ rapidamente a uma
agressao prolongada, outros nao conseguem essa adaptacao. Nesses casos, pode
surgir uma fadiga que pode ser fisica, psiquica ou ambas e que vem desvirtuar
significativamente a qualidade de vida.
De um modo geral, áa fadiga e um sintoma que aparece numa serie
enorme de patologias, quer de foro fisico como psiquico, e por si so
raramente constitui uma doencaâ.
No plano psicologico, o stress esta ligado a ansiedade e a angustia. Se o
estado de stress se mantiver durante um certo periodo de tempo produzira
fadiga mental e, nas pessoas mais frageis, pode ate levar a uma sindrome
denominada astenia cronica, ou seja, um estado de esgotamento, do qual e
dificil recuperar.
Mas so in extremis e quando nao se encontra uma outra causa associada e
que e equacionada a hipotese de sindroma de fadiga cronica.
Do ponto de vista neurologico, ha uma serie de doencas que se
acompanham de fadiga, nomeadamente as doencas degenerativas, como a
doenca de Parkinson, doencas inflamatorias do sistema nervoso, como esclerose
multipla, uma serie enorme de perturbacoes do foro musculas, como as
neuropatias.
Depois ha, ainda, as doencas do for psiquico, que se revelam com
perturbacoes do humor, como a maior parte das situacoes depressivas, que a
partir de algum tempo comecam a acompanhar-se de fadiga, desmotivacao,
desanimo ou desinteresse.
Por alguma razao as pessoas dizem que tem um esgotamento e sentem a
sensacao fisica desse mesmo esgotamento.
Por vezes, torna-se mais dificil distinguir qual o problema que o doente
tem, pois este apresenta um quadro de fadiga em conjunto com outros sintomas
pouco claros.
As perturbacoes da memoria costumam ser patologicas, enquanto as
perturbacoes da concentracao e da atencao tem mais frequentemente
origem nos problemas sociais e ambientais.
Na maioria dos doentes, a fadiga nao e um problema isolado, mas antes
um sinal de alarme, reflexo de uma alteracao fisica ou psiquica. Sabe-se,
contudo, que a ansiedade, o stress, as alteracoes de humor, as depressoes e
outros problemas de foro psicologico se revelam como grandes causadores de
cansaco e por isso devem ser combatidos desde cedo.
Quase todas as perturbacoes do sono sao acompanhadas de fadiga:
alteracoes do ritmo de sono e respiratorias, alteracoes do movimento tambem
durante o sono ou insonias levam a que de manha a pessoa se levante ja
fatigada.
Se o sono nao foi reparador, a pessoa sente-se cansada. O sono reparador
varia de individuo para individuo, havendo por isso quem necessite de dormir
quatro a cinco horas, enquanto ha quem precise de dormir nove a dez horas
.
A maior parte das pessoas que, com regularidade, tem um sono nao
reparador sente fadiga intelectual, fisica e menor rendimento laboral. Esse
cansaco vai tambem repercutir-se ao nivel de diversas funcoes cognitivas, como
a memoria, a concentracao e o raciocinio, entre outras.
Evitar o Stress
● Afaste-se de situacoes angustiantes
● Transforme em habito diario realizar tecnicas de relaxamento e alongamento
muscular
● Adiar solucoes e gerador de STRESS
● Caminhe um pouco antes de ir para casa
Os especialistas aconselham, tambem, a quem fica a trabalhar ate tarde
que entre o terminar o mesmo e a ida para a cama, haja um intervalo.
O trabalho e uma actividade humana, individual e colectiva, que requer
uma serie de contribuicoes (esforco, tempo, aptidoes, habilidades, etc.), que os
individuos desenvolvem esperando em troca compensacoes, nao so economicas
e materiais, mas tambem psicologicas e sociais, que contribuam para satisfazer
as suas necessidades. As pessoas no seu trabalho buscam a satisfacao de
necessidades biologicas, de seguranca, de relacao social, de auto-estima e de
auto-realizacao.
Porem, a realidade do trabalho e muito diversificada. Existem condicoes
de trabalho que nao proporcionam ao individuo oportunidades para
desenvolver a sua auto-estima. Outras, nao garantem sequer a seguranca ou
nao satisfazem, adequadamente, as necessidades sociais das pessoas.
Para Chiavenato (1995), a qualidade de vida no trabalho assimila duas
posicoes distintas: por um lado, as aspiracoes da pessoa em relacao ao seu bemestar
e satisfacao do trabalho, e por outro o interesse da organizacao quanto aos
seus efeitos nos objectivos organizacionais.
Nesta perspectiva, a qualidade de vida no trabalho nao e determinada
apenas pelas caracteristicas individuais (necessidades, valores, crencas e
expectativas) ou situacionais (estrutura organizacional, tecnologia, sistemas de
recompensas), mas sim pela interaccao sistemica das caracteristicas individuais
e organizacionais.
Se a qualidade de vida no trabalho for pobre pode originar insatisfacao do
trabalho e comportamentos desajustados (erros de desempenho, absentismo e
outros).
Pelo contrario, uma elevada qualidade de vida no trabalho conduz a um
clima de confianca e de respeito mutuo, no qual o individuo pode activar o seu
desenvolvimento psicologico e a propria organizacao pode reduzir os
mecanismos rigidos de controlo social.
As diferencas individuais sao uma componente importante no mundo
do trabalho e, por isso, e necessario contemplar esta problematica atraves de
uma perspectiva interaccionista que considera um ajuste dinamico entre a
pessoa, o posto de trabalho e a propria organizacao. Quando este ajuste e
inadequado e a pessoa percebe que nao dispoe de recursos suficientes para o
enfrentar ou neutralizar surgem as experiencias de stress.
O stress no trabalho e um dos fenomenos mais difundidos na nossa
sociedade porque, actualmente o mesmo adquiriu uma grande relevancia
social, porque o interesse pela produtividade e pela eficiencia nem sempre e
acompanhado de condicoes de trabalho dignas e adequadas, recursos
suficientes para desenvolver tarefas e postos de trabalho que tenham em conta
as caracteristicas das pessoas, as suas necessidades, aptidoes e interesses.
E uma ideia muito divulgada na nossa sociedade, que o trabalho gera
stress nos individuos e que pode produzir graves problemas de saude fisica e
mental. Contudo, nem sempre acontece assim. A vida humana decorre num
mundo em que o stress e um fenomeno comum e familiar. O stress e um
fenomeno adaptativo dos seres humanos que contribui, de certo modo, para a
sua sobrevivencia, para um adequado rendimento nas suas actividades e para
um desempenho eficaz em muitas esferas da vida. O que pode tornar-se nocivo
e que o stress seja excessivo e dificil de controlar.
No entanto, sao muitos os aspectos organizacionais que afectam o bemestar,
a saude fisica e mental das pessoas. O tipo de trabalho, as relacoes
interpessoais, os papeis que se desempenham, os sistemas de promocao e o
estilo de lideranca sao elementos determinantes do bem-estar, da saude, da
qualidade de vida e da satisfacao do trabalho. Alem disso, tem tambem
repercussoes sobre a organizacao (absentismo, rotacao, erros de
desempenho, diminuicao da qualidade e quantidade de servicos, etc.).

Conclusão

O desempenho dos Recursos Humanos, no desenvolvimento social e
organizacional no contexto geral, e fundamental.
E essencial o departamento de Recursos Humanos ter percepcao das
pressoes e exigencias no meio laboral, de forma a minimiza-las como riscos,
transformando-as em desafios, permitindo uma melhor performance de toda a
organizacao.
Os trabalhadores devem sentir-se seguros e motivados, de modo a
competirem saudavelmente e produzirem continuamente, ao mesmo tempo
que a organizacao lhes fornece formacao adequada e especifica.
A continua aprendizagem, faculta aos trabalhadores mais sabedoria e
conhecimento eliminando os factores psicossociais que possam estar inerentes
ao local de trabalho.
A seguranca e saude no trabalho e um principio chave que integra
tambem o desenvolvimento organizacional, uma vez que e essencial prevenir
qualquer risco passivel que possa anteceder aos acidentes de trabalho.
A celeridade com que a mudanca leva as organizacoes a adaptarem-se
com agilidade ao contexto onde estao inseridas faz com que os Recursos
Humanos estejam preparados para actuarem no meio em que se encontram.
Os Recursos Humanos, ao agregarem todo este conjunto de principios
bem geridos, fazem com que o sucesso organizacional esteja cada vez mais
dependente da sua gestao.
Bibliografia
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Desenvolvimento Social e Organizacional
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